sexta-feira, 8 de junho de 2018

MANILHA VOLTA SONHO DE EMANCIPAR



Manilha, o 7° Distrito de Itaboraí pode de novo sonhar em dirigir o seu  próprio destino e se tornar mais um município brasileiro. O desejo da sua população, de se separar de Itaboraí, está mais forte, desde que a Câmara Federal, em Brasília, recentemente, aprovou, por unanimidade, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 137/15, do Senado, que prevê plebiscito e estudos de viabilidade municipal para criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios.

“Atendemos a todos os requisitos da nova Lei” foi a frase que regeu a primeira reunião emancipacionista, dia sete de junho, no Centro Empresarial Coquito, com a presença de lideranças locais, entre elas empresários e políticos.
O morador Adelmo Santos abriu o encontro lembrando o sentimento separatista que existe e resiste a quase duas décadas, lembrando a luta e os percalços que enfrentou junto de outras lideranças, incluído a associação de moradores (AMAM) na época uma das mais atuantes do município, sonho sepultado em 1977, com as leis praticamente inviabilizando qualquer opção separatista no Brasil.

- Hoje temos outro quadro, o município de Manilha é viável em todos os aspectos legais. Não cabe mais Manilha ter metade da população municipal e não receber investimentos de recursos da prefeitura nessa mesma proporção – disse Adelmo que já participou do movimento comunitário local e que ocupou cargos importantes na Prefeitura de Itaboraí.

O jornalista Wilian Oliveira que nos Anos 80 acompanhou as primeiras manifestações separatistas de do distrito manilhense relembrou aspectos do sentimento popular desde aquele tempo, principalmente a insatisfação da população desassistida. Ele lembrou a luta de Tanguá, antigo distrito itaboraiense para incentivar o movimento que se retoma em Manilha.

- Entre outros aspectos a população precisa saber que o número de cidades mal administradas, nas mãos de políticos desonestos, é ínfima minoria no Brasil. Mas o bom político não tem espaço na mídia, apenas se fala dos corruptos.
Ele ainda discorreu sobre asa possibilidades de novos representantes político no novo município, de oportunidades para as lideranças realmente comprometidas com o lugar e do risco de, na falta de um olhar administrativo mais próximo, Manilha se tornar uma nova Alcântara, com desordenamento e tomado de problemas.

A advogada Ana Paula de Toledo, experiente em questões administrativas municipais, falou sobre o processo de emancipação e suas demandas, garantindo que Manilha está apta a propor a sua separação e que as lideranças devem preparar a população para exigir o seu direito à independência.

Para ela, não justifica aqui viver em Manilha metade ou até mais da população itaboraiense e não ter a atenção devida da prefeitura. Ana Paula lembrou os quase 20 mil moradores da divisa do município, hoje relegados por Itaboraí e por São Gonçalo, para justificar o sentimento de emancipação de Manilha.

A comissão que começou a se construir a partir dessa reunião deliberou uma ação de cunho popular para reviver o projeto de emancipação de Manilha, vai buscar integrar ao processo o distrito de Itambi e já deixou marcado um novo encontro para avaliar o trabalho e receber novas propostas de trabalho do grupo que lidera agora o movimento.

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